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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A VER ESTRELAS

Para o ano de 2006, a montagem escolhida para o grupo Argonautas Cia Cênica foi a peça A Ver Estrelas, de João Falcão, um belíssimo texto que ousei adaptar para um estudo da commedia dell’arte, partindo da premissa que um bom texto oferece várias possibilidades de leitura.
O aprofundamento artístico fazia-me cada vez mais entender, que o teatro que eu buscava era de uma estética não realista e não psicológica e a busca por teorias relacionadas a isso se abriram na minha experiência teatral. A paixão pelo diretor russo Meyerhold (1874-1940) se deu no ano anterior, a partir da leitura sobre sua vida e obra e desde então, minhas opções na direção foram ampliadas, com foco principalmente no movimento físico do ator no espaço.
A Ver Estrelas foi uma experiência ímpar nesse sentido. Apesar de um elenco jovem (a maior parte vinda da montagem anterior), tínhamos muita sintonia, com destaque para Lelis Andrade que foi protagonista no papel de Pierrot e começava a dividir comigo, as mesmas angústias artísticas. Ele era incansável na busca do gesto e da palavra perfeita para a sua personagem e tenho orgulho de ter contribuído na sua certeza de que ser ator era o seu futuro.
Dizia Meyehold: Não é perigosa a imitação para um jovem artista. Trata-se de um degrau quase obrigatório. Para os jovens é útil copiar os bons modelos: isto os dispõe a independência interior. A imitação de um artista de quem nos sentimos próximos permite a definição total...”
No tempo da preparação de Pierrot, Lelis tinha como modelo Charles Chaplin. 
Neste ano, Lelis Pierrot finaliza a primeira etapa na concretização de seu sonho, concluindo sua graduação em Artes Cênicas e já atua como professor de teatro. 
A Ver Estrelas cumpriu temporada na Estação Ferroviária de Mairinque, participou da 2° Mostra de Teatro de Tietê e foi vencedora na fase municipal do Mapa Cultural Paulista, edição 2007/2008.  

Nota: A fase municipal do Mapa Cultural Paulista foi realizado no antigo cinema (ainda não reformado). O teatro da cidade voltaria a ocupar o espaço que sempre foi seu por direito, uma herança deixada por Alfredo Ercolano Giuseppe Bertolini, pioneiro da cena teatral de Mairinque.
Obrigada velho Mestre...  

2 comentários:

  1. olá, tudo bem?
    acabei de ler, depois de meio século passado, o seu blog!
    adorei a dedicatória...muito obrigado desde já pelo ensinamento poético e corporal para minha carreria de ator!

    Amei muito esse falar:
    Dizia Meyehold: “Não é perigosa a imitação para um jovem artista. Trata-se de um degrau quase obrigatório. Para os jovens é útil copiar os bons modelos: isto os dispõe a independência interior. A imitação de um artista de quem nos sentimos próximos permite a definição total...”

    Obrigado mais uma vez por tudo!

    beeeeeeeeeeijos

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