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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

10 INDICAÇÕES E 6 PRÊMIOS PARA SÃO ROQUE


12/09/2011
Cia de Eros e a Arte Retribuída 


É surpreendente como a arte tem o poder de mudar, modificar a  vida, manifestando a nossa cultura e despertando os sentimentos mais variados.
Entre tantas manifestações artísticas da nossa cidade, o teatro vive um momento de grande expressão que merece um olhar especial de todos nós, cidadãos e do poder público.
O Grupo de teatro CIAdeEROS originado de uma oficina de teatro da Divisão de Cultura da nossa cidade, recentemente participou do FESTIVAL LIVRE DE TEATRO DE SOROCABA (FLITS), Mostra organizada pela Associação Teatral Sorocabana (ATS)  e recebeu  elogios da crítica.
Esta semana a CIAdeEROS participou do 10° FESTIVAL DE TEATRO ESTUDANTIL SESI SOROCABA, representou São Roque e fez bonito mais uma vez, recebeu  ótimas críticas do júri popular, do júri técnico e foi a grande vencedora do festival , a arte foi retribuída,  recebendo os prêmios  de Melhor Espetáculo Júri Popular, Melhor Espetáculo Júri Técnico, Ator coadjuvante  Rodolfho Heinz,  Atriz coadjuvante Daniela Campos, Figurino Marco Lessa, Maquiagem Gabriele Pinho, além das indicações  de Melhor Sonoplastia: Matheus Pezzotta, Melhor Atriz Gabriele Pinho, Ator Revelação Renan Martins e Melhor Direção Lisa Camargo.
É importante lembrar que a CIAdeEROS apesar de apresentar um trabalho maduro, competente e porque não dizer profissional, é formada por uma bela safra de jovens talentos  (14 a 21 anos de idade)  dirigidos pela competentíssima diretora  Lisa Camargo e   ensaiam numa pequena sala nas dependências da Brasital, cedida pelo Rodrigo Boccato, Chefe de Divisão de Cultura.
No final deste ano, este grupo provavelmente irá se desfazer...
Alguns vão continuar no caminho das Artes procurando  a graduação em cursos de Artes Cênicas, Música, Artes Plásticas, enfim,  talvez não voltem mais para nossa cidade e procurem lugares onde encontrem mais oportunidades de trabalho.
As perguntas que ficam são as seguintes:
Quando teremos um olhar especial do Poder Público para a Arte e a Cultura na nossa cidade?
Quando teremos um espaço,  uma casa de espetáculos, digna das nossas produções artísticas com suas especificações técnicas,  que possa receber produções locais e de fora?
Quando teremos uma Orquestra Sinfônica, um Balé da Cidade, Coral Municipal,  Companhias de Teatro com artistas concursados e remunerados?                 

Quando teremos um Teatro Municipal? 

São Roque merece!

Parabéns CiadeEros pelo amor e dedicação à Arte e à Cultura da nossa cidade! 

EdsonD’aísa.
(Músico, compositor e cidadão sãoroquense)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

CRÍTICA DE "ERA UMA VEZ..." NO 7° FESTIVAL LIVRE DE TEATRO DE SOROCABA

Era uma Vez
Cia de Eros
Direção Lisa Camargo



Quando Bertolt Brecht (o grande encenador, dramaturgo e militante marxista) sistematizou o que chamou de teatro dialético, ele pensava em se utilizar de expedientes teatrais para expor as contradições do mundo capitalista. Evidentemente que esse grande artista revolucionário tinha em mente a construção de uma sociedade socialista, democrática e plena do bem viver. Se essa sociedade socialista ainda não se construiu, os ensinamentos do teatrólogo alemão deram frutos e se espalhou pelo mundo. E chegou muito bem na cidade de São Roque, conhecida por seus ótimos vinhos e que também deveria ser lembrada pela qualidade do trabalho da Cia de Eros: um grupo de jovens artistas, dirigido por Lisa Camargo, e que no espetáculo Era Uma Vez se destaca pelo excelente trabalho de interpretação, pela bem resolvida trilha musical, os figurinos e demais elementos de cena.

Se for possível definir assim, Era uma Vez tem um roteiro épico mais clássico do que ousado, que avança num ritmo lento, que em algumas vezes chega a incomodar, mas o teatro épico não é um teatro para o conforto. É um espetáculo maduro, apesar da juventude de seu elenco, e muito politizado, como se espera de um texto épico/dialético, sem perder de vista o apurado senso artístico.

Para além do espetáculo uma observação se faz necessária, mas que em nada encarece o espetáculo: embora seu jovem elenco esteja artisticamente maduro, e embora os jovens tenham grande motivação política, a sua formação nesta área é muito incipiente, precisa ser mais depurada em sala de ensaios para que possam falar dela com mais propriedade. Fora esse detalhe, é um espetáculo que deve ser assistido por quem gosta de arte e por quem gosta de política, enfim, por quem gosta de pensar e discutir o mundo.


LUIZ CHECCIA
Historiador, Ator e Diretor


Foto: Jennifer Nascimento