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domingo, 26 de junho de 2011

MAPA CULTURAL PAULISTA - FASE MUNICIPAL ALUMÍNIO

Estou tentando entender o que aconteceu na noite de ontem na cidade de Alumínio, quando um júri de uma soberba impressionante determinou que não recomenda a peça "O Príncipe Feliz" do grupo Sacra Mistura para representar a cidade na fase regional do Mapa.
Se o Mapa Cultural Paulista tem como proposta promover o intercâmbio regional e o mapeamento dos produtores de cultura e de suas atividades no Estado. Se pretende criar uma grande vitrine cultural com o propósito de identificar, ressaltar e divulgar os produtos culturais das diversas regiões do interior paulista, então quais critérios foram usados para apagar com uma borracha o trabalho e a história de pessoas que estavam lá para apresentar a sua arte à comunidade?   
Minha indignação está por conta ainda da forma como as coisas foram conduzidas pelos representantes da cultura local.
Primeiro, para esclarecer: o regulamento pede que o evento deve contar com 3 jurados, de reconhecido saber na respectiva área. Na minha opinião, para provar que o júri tinha essa qualificação, dois apresentadores revezaram-se para ler umas duas páginas do currículo de cada um dos jurados. Até aí, tudo bem...
Após o término da peça, o júri saiu da sala para "deliberar", enquanto ficamos, plateia e elenco "deliberando" sobre o trabalho. Passados uns 20 minutos mais ou menos, entra um representante da cultura local com o veredicto: o "júri soberano" não recomenda o trabalho para a próxima fase. Entrega a avaliação dos jurados para o Antonio Victório (Diretor), que começa a ler pra gente um parecer pífio e sem assinaturas. E onde estavam os jurados? Tinham ido embora...Hã????
A questão que coloquei naquele momento foi: com uma "ficha corrida" daquelas, poderiam pelo menos, dar um parecer mais coerente ou pelo menos ficar ali, para  dar dicas ao grupo que "não sabe nada de teatro".
É muita falta de noção, é muita falta de respeito, é muita falta de educação... 
Estamos tratando de arte, meu Dionísio!!!
Ok.Também vi defeitos na peça, também não gostei de algumas coisas, também acho que o trabalho tem que amadurecer (e haveria tempo pra isso, já que pelo menos dois meses separam a próxima fase) e também a p.q.p...
Agora, jogar no lixo, Oscar Wilde, artes plásticas, música composta, trabalho de atores, de músico, de direção (lembrando que eram os únicos representantes do teatro e que a maioria de todo o trabalho foi feito por profissionais das suas respectivas áreas) é comprovar que Alumínio não deve  mesmo ser representada pelo grupo Sacra Mistura no Mapa Cultural Paulista.
A arte deles merece ficar acima disso... 



Um comentário:

  1. Lisa,

    Eu concoro em partes, discordo em outras, mas vamos artes. Também, achei incoerente a atitude do júri, distante, indiferente, como se ali não estivessem. Achei falta de respeito e ética, o fato deles, jurados, não assinarem e não permanecerem no local, na intenção de justificar seus veredictos, esclarecer pontos obscuros, etc. Eles, apenas, passaram como fantasmas, apáticos, pela sala e sumiram, com aparato de fumaça. Ninguém viu.
    Porém, eu vi a peça do início ao fim e, na minha modesta opinião, não achei que aquela apresetação pudesse obter notas suficientes para alçar até a segunda fase. Não estou pondo em questão o talento da trupe, a história deles comprova o quão talentosos são. Mas, a peça estava completamente fora de conexão, no palco pareciam personagens de diferentes histórias ocupando um lugar comum na matéria. Sim, ali havia Oscar Wilder, música composta, artes plásticas, diretor e atores de competência singular, indiscutível. Sim, havia tudo isso, na mais pura desconexão, várias cenas aleatórias num plasma. Não dúvido que o grupo vá amadurecer e fazer, deste espetáculo, uma obra da mais bela e pura arte. Não tenho a menor dúvida, que na próxima vez em que eu for ver a peça, a sensação vai ser de satisfação, alegria, encatamento. Mas, desta vez, não foi.
    O que foi avaliado foi esta apresentação, ali, somente ali, não o futuro desta apresentação, não o que ela pode se tornar, aquele momento.
    Um dos integrantes estava sem uma parte do figurino, alegando que havia esquecido tal peça. Como pode?
    Enfim, essa é a opinião de um leigo. Talvez e, muito provavelmente, eu e minha ignorância teatral, estejamos equivocados em variadas estapas deste comentário. Talvez, tenha faltado aos jurados, além de respeito e ética, um pouco de malícia e competência. Talvez,m tenha faltado ao grupo, entrosamento, preparo e brilho. Afinal, talento e competência, nós sabemos que eles tem de sobra, vide a história e o gabarito de cada um deles. Inquestionável. Enfim, talvez tudo isso seja isso. Ou nada.

    Sem mais,

    Att,
    Vinícius Paes
    poeta aspirante e um entusiasta (admirador) das produções artisticas e culturais da nossa gente.
    Beijos.

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