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quarta-feira, 1 de junho de 2011

ASTROS, PATAS E BANANAS

"ai daqueles que se amaram
sem saber que amar é pão feito em casa
e que a pedra só não voa
porque não quer
não porque não tem asa" (Paulo Leminski)

Foto: Ines Correa



Ao ler o programa da peça Astros, Patas e Bananas do Grupo Khatarsis, no domingo (22/05), quando fomos em excursão de São Roque para São Paulo (nunca imaginei ir à capital para assistir uma peça de conterrâneos), um aluno me questionou: "Como vou entender essa peça se só entendo duas línguas?" Ao que outro respondeu: "E eu, que mal consigo entender o português?"
Acalmei-os informando que o corpo dos atores falavam. Cara de interrogação no início, olhar de cumplicidade ao final.
Compartilhei dessa angústia inicial da moçada ao lembrar da apreciação de algumas obras das chamadas vanguardas estéticas (Gerald Thomas, por exemplo) as quais eu não entendia, mas diante de um público com cara de quem entendia muito, eu também fazia cara de quem entendia. Éramos uns hipócritas...
Estou tratando aqui da comunicabilidade do Astros, Patas e Bananas: de parecer hermética e não ser, de parecer pedante e não ser, de ser um teatro de muita pesquisa e não parecer...
Menos do que fazer uma arte consentânea com seu tempo, o Katharsis promove um acerto de contas com o passado (aqui devo estar parafraseando alguém que não lembro...). 
Isto é um alívio em tempos de pós tudo!
Ao citar uma parte da poesia "Ai Daqueles" do Leminski pra abrir este artigo, quis refutar aquilo que se lê no programa: "...o homem não consegue alcançar as estrelas porque seus pés estão presos ao chão...".
Ao meu ver, o grupo Katharsis convenceria a pedra finalmente a voar... 

Katharsis e CiadeEros
  

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