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sábado, 4 de junho de 2011

DITINHO CURADÔ


Outro dia, um amigo meu, ator, o Roberto Borenstein, disse-me algo emblemático: "Se demolissem todos os edifícios teatrais deste país, muito pouca gente sentiria falta".
Não considerando a tragédia contida nesta constatação, eu diria que o Nativos Terra Rasgada, não sentiria falta mesmo, pois seu teatro é destinado às praças, às ruas, enfim, aos espaços públicos.
E lá estava eu no domingo (29/05) revisitando um bairro da minha infância e juventude, a Vila Carvalho em Sorocaba (meus avós moraram por ali), sentada numa poltrona bem confortável (o gramado da praça), para assistir ao trabalho mais recente do Nativos, "Ditinho Curadô". Detalhe: ao meu lado, estava o "traumaturgo" João Bid (uma piada de casal, pois João é o autor do texto original).

Na condição de público cativo do Nativos, posso atestar a sinceridade de seus propósitos teatrais e do vigor de sua indignação por algum estado de coisas em toda a sua trajetória, o que no mínimo lhes "carimba" uma identidade.
Com o Ditinho, não poderia ser diferente. A assinatura "Somos Nativos!" está lá, da entrada até a saída.
O Flavio Melo (integrante do grupo) sempre "cobra" um posicionamento crítico com relação a apreciação de peças teatrais. Devo alertá-lo que isso eu deixo para a Bárbara Heliodora, aqui eu quero me esbaldar de elogios para alguns aspectos desse trabalho.
O figurino da Marcela Bachille é um primor. O Namastame fala que "qualquer pessoa que trabalha com moda pode fazer um figurino teatral, desde que tenha sensibilidade para o teatro" e este é o caso de Marcela.
As atuações de Isabela Felippe (como jurada de um festival, já dei um prêmio pra ela) e João Mendes é a prova que o teatro do futuro tem futuro. A "musiquinha" que o casal Pedrinho e Rosinha canta na quermesse gruda no ouvido da gente que nem chiclete no sapato.
A criação da galinha "Cotinha" (um boneco simples e gracioso), assim como a direção de todo esse processo pelo Tom Ravazolli também merece destaque.
No mais, o Nativos Terra Rasgada, continuará sendo meu exemplo para falar com os jovens que temem seguir carreira em teatro. 
Sempre os uso como referência para demonstrar que é possível sim, viver de teatro, e, dignamente.
Breve "Ditinho Curadô" em São Roque. 
  
Fotos: Juliana Prestes

   

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