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domingo, 22 de maio de 2011

SENSO TEATRAL COM ANTONIO VICTÓRIO

SP Escola de Teatro (link abaixo), tem uma seção chamada Papo de Teatro, que apresenta entrevistas com várias personalidades da área.
Achei interessante promover aqui no Ensaios e Cenaso mesmo formato dando destaque aos artistas da nossa região.
O convidado é Antonio Victório, amigo que ampliou meu olhar para a cenografia.


Como surgiu o seu amor pelo teatro?
Foi a muito tempo, quando era pré-adolescente, essas coisas de professora boa de artes...

Lembra da primeira peça a que assistiu?
 Acho que fiz teatro antes de assistir a qualquer peça..., realmente não me lembro.

Um espetáculo que mudou o seu modo de ver o teatro.
História de Um Barquinho de Ilo Krugli.

Um espetáculo que mudou a sua vida.
Buster Keaton contra a infecção sentimental, primeiro espetáculo do Grupo XPTO.

Você teve algum padrinho no teatro?
Padrinho não, mas convivi e aprendi muito com grandes mestres, Ilo Krugli e Osvaldo Gabrielli.

Já saiu no meio de um espetáculo?
Sou fadado a não conseguir ficar até o fim de espetáculos, muita coisa me incomoda, não gosto da linguagem teatral quando encenada; fico impaciente quanto a luz, a cenografia, tempos teatrais...isso é um grande defeito que me incomoda bastante, porém, estou começando a conviver com ele. Isso acontece até com as minhas encenações.

Cite um espetáculo do qual você gostaria de ter participado. E por quê?
Não sou um homem de palco(ator), sou mais encenador, daí vem uma série de espetáculos que gostaria de ter encenado.

Já assistiu mais de uma vez a um mesmo espetáculo? E por quê?
Muito raro, mas quando é de amigo a gente se esforça e vai lá prestigiar mais de uma vez.

Qual dramaturgo brasileiro você mais admira? E estrangeiro?
      Ariano Suassuna e Garcia Lorca, mas tive a oportunidade de fazer uma leitura do Luis Alberto de Abreu (Sacra Folia) e sua dramaturgia é das mais ricas, nos possibilita brincar na criação do espetáculo.

Qual companhia brasileira você mais admira?
Teatro VENTOFORTE, por sua resistência e linguagem!

Qual gênero teatral você mais aprecia?
Aquele que possibilita o diálogo entre as várias linguagens artísticas.

Existe peça ruim ou o encenador é que se equivocou?
Os dois, às vezes o texto é ruim, às vezes o encenador erra na leitura e quando as duas coisas acontecem ao mesmo tempo é desesperador.

Cite um cenário surpreendente.
Trilogia Kafka. Daniela Thomaz e Gerald Thomaz.

Cite uma iluminação surpreendente.
Trilogia Kafka. Daniela Thomaz e Gerald Thomaz.

Cite um ator/atriz que surpreendeu suas expectativas.
Foi esses dias durante um festival de monólogos em Mairinque (FESPIMA), um “menino” chamado Joaquim Marquês, integrante da CiadeEros de São Roque.

O que não é teatro?
A miséria imposta aos homens (alguns fazem “teatro” dela, mas não é).

A idéia de que tudo é válido na arte cabe no teatro?
Não cabe no teatro e nem em qualquer outra arte; tudo vale na vida.

Na era da tecnologia, qual o futuro do teatro?
Voltar para as mãos do encenador, do ator, do iluminador, do cenógrafo, do maquiador, do figurinista, ... a “artesania” teatral.

Em sua biblioteca não podem faltar quais livros/peças?
Os da biblioteca Mario de Andrade.

Cite um (a) diretor, um (a) autor e um (a) ator que você mais admira.
Antunes Filho, Antonin Artaud, Paulo José.

Fale sobre o melhor e o pior espaço teatral que você conhece.
O teatro cabe em qualquer lugar, dentro da caixinha de papelão ao Teatro Colón.

Qual encenação lhe vem à memória agora? Alguma cena específica?
Primeiras Rosas do Pia Fraus, uma cena realizada numa mesa.

O teatro é uma ação política? Por quê?
Claro que sim. O teatro tem que passar pelo poder de transformar o seu entorno, e isso é político.

Por que você faz teatro na região?
Por que aqui estou.

Algumas palavras sobre o teatro da região.
 É muito legal ver pessoas trabalhando teatro em qualquer lugar, mas aqui em nossa região sinto que as coisas vão bem, cada dia me surpreendo com meus atores, meus companheiros de trabalho e acima de tudo com os vários grupos começando suas pesquisas, suas investigações, seu caminho, na tentativa de tornar a linguagem teatral mais visível aos olhos de todos.

Antonio Victório fez parte dos grupos Ventoforte e Pia Fraus de São Paulo. Em Mairinque desde os anos 2000, dirigiu vários espetáculos e foi professor na Escola Municipal de Artes. Atualmente dirige o grupo "Sacra Mistura" da cidade de Alumínio-SP. 


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