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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

SENSO TEATRAL COM HUMBERTO GOMES

SP Escola de Teatro (link abaixo), tem uma seção chamada Papo de Teatro, que apresenta entrevistas com várias personalidades da área.
Achei interessante promover aqui no Ensaios e Cenaso mesmo formato dando destaque aos artistas da nossa região.
O convidado é Humberto Gomes. Morando atualmente em Curitiba e vivendo da sua arte (Gracia a dio!!!), Humberto teve um papel fundamental na cena teatral de São Roque, e posso atestar que sua figura vivaz e sensível, faz muita falta por aqui...

Como surgiu o seu amor pelo teatro?
Desde pequeno gostava de inventar histórias, segundo a minha mãe eu ficava horas na área de casa interpretando um mestre japonês... Na segunda série pedi ajuda para escrever uma peça e a mãe disse: “ escreva!”. Daí pra frente eu acabava participando em todos os eventos que envolviam teatro, inclusive em outras escolas.
Lembra da primeira peça a que assistiu?
Uma peça infantil chamada “Fantástica Fantasia” no teatro Ruth Escobar.
Um espetáculo que mudou o seu modo de ver o teatro.
“Bonitinha, mas Ordinária”, de Nelson Rodrigues, direção de Paulo Fabiano.
Um espetáculo que mudou a sua vida.
“Pobre Super Homem” de Brad Fraser, direção Sérgio Ferrara.
Você teve algum padrinho no teatro?
Tive vários:
-Meus primeiros professores em São Roque: Rogério Paniágua e Marcelo Botelho
- Luiz Baccelli, Paulinho Fabiano e Zédu Neves, no Macunaíma.
- Silvia Mello, que me deu muitas oportunidades para desenvolver o teatro na Brasital.
-George Sada, diretor da Cena Hum em Curitiba.
Já saiu no meio de um espetáculo?
Uma vez, no intervalo.
Cite um espetáculo do qual você gostaria de ter participado. E por quê?
“Os 7 Gatinhos”  do Paulo Fabiano, justamente por ter me feito mudar o modo de ver o teatro.
Já assistiu mais de uma vez a um mesmo espetáculo? E por quê?
Assisti sim! Normalmente faço isso quando quero assimilar as subliminaridades contidas nele.
Qual dramaturgo brasileiro você mais admira? Estrangeiro?
Nelson Rodrigues, Dias Gomes, Garcia Lorca, Brad Fraser, Tennessee Williams. Dentre tantos...
Qual companhia brasileira você mais admira?
Grupo Galpão, Armazém, Cia Brasileira.
Qual gênero teatral você mais aprecia?
Eu gosto da comunicação que o teatro proporciona. A questão do gênero não é tão relevante para mim e sim a qualidade do espetáculo. Tá, tudo bem... tendo que escolher prefiro o drama à comédia, mas uma tragicomédia musical é o meu estilo- rsrs.
Existe peça ruim ou o encenador é que se equivocou?
Os dois. Ás vezes o encenador se equivoca em alguns pontos da linguagem escolhida para representar um texto, ou o texto não tem profundidade/clareza suficiente para ser bem encenado, ou ainda, é só uma opinião do expectador.
Cite um cenário surpreendente.
Da peça “Os sete afluentes do Rio Ota” assinado por Helio Eichbauer.
Cite uma iluminação surpreendente.
As do Beto Bruel.
Cite um ator/atriz que surpreendeu suas expectativas.
Beth Goulart em “Dorotéia Minha” e Luiz Bertazzo em “Homem Piano”.
O que não é teatro?
Pensando no amplo contexto do teatro (peças, cenas, performances, ações) tudo que estiver ligado a isso é teatro.
Onde houver alguém assistindo outro alguém, acontece um ato cênico.  
A idéia de que tudo é válido na arte cabe no teatro?
A arte é ampla, consequentemente o teatro também,portanto todo ato, cena, performance que tenha consciência dessa amplitude cabe no teatro.
Na era da tecnologia, qual o futuro do teatro?
É uma pergunta que me faço quase todos os dias. Acredito que o futuro do teatro depende de quem o executa continuar crendo no poder de transformação que ele tem; a transformação da alma!  Os sentimentos, com toda certeza ainda hão de ser maiores que a evolução tecnológica.
Em sua biblioteca não podem faltar quais livros/peças?
Os livros do Stanislavski, A Coleção do Nelson Rodrigues, O Fichário da Viola Spolin, Um Bonde Chamado Desejo- do Tennessee Williams, Esperando Godot – do Beckett – Livros de Teatro em geral, novos dramaturgos; Livros de Filosofias Espirituais e Misticismo.
Cite um (a) diretor, um (a) autor e um (a) ator que você mais admira.
Diretor – Marcio Abreu
Autor – Max Reinert / Airen Wormhoudt
Ator – Luiz Bertazzo
Fale sobre o melhor e o pior espaço teatral que você conhece.
Não classificaria como piores ou melhores, cada um tem sua estrutura e sua forma. Gosto de novos espaços e espaços inusitados.
Qual encenação lhe vem à memória agora? Alguma cena específica?
A Cena que sempre me vem no momento que tenho que lembrar de uma peça é da peça “Os sete afluentes do Rio Ota” , onde a personagem via suas lembranças dentro de um grande espelho.
O teatro é uma ação política? Por quê?
Sem dúvida que sim. O teatro instiga o pensamento, informa e possibilita o desenvolvimento do senso de argumento do expectador.
Por que você faz teatro na região?
Eu comecei fazendo teatro na região sem ter a consciência do que poderia acontecer, simplesmente fui fazendo e experimentando coisas com as pessoas que tinham interesse em desenvolver as artes cênicas. O tempo foi mostrando a importância da formação de platéia, da informação e transformação que o teatro proporcionou para os envolvidos, tanto dentro como fora do processo.
Fiz teatro na região porque tinha algo a dizer, comunicar, expressar; perceber o efeito que isso fazia/faz no desenvolvimento cultural de uma região gerou vários movimentos.
Algumas palavras sobre o teatro da região.
Mesmo tendo deixado a Brasital em São Roque, há quase 8 anos, acompanho o desenvolvimento dos grupos, principalmente de São Roque e Mairinque. A vontade de fazer com que as coisas aconteçam e a crença no desenvolvimento cultural une as pessoas e essa é a grande chave para que as coisas NUNCA deixem de acontecer.
Em Sorocaba sempre houve uma ação pontual impressa principalmente pelo Grupo Katharsis, mas nas micro-regiões se não existir pessoas como vocês -Lisa, Maria Cândida, João Bid, Edson D´Isa, Marco Lessa, Dani Oncala, Amanda Sobral, Marília Taraborelli, entre tantas outras que fazem a diferença e colocam as idéias em frente formando e informando as pessoas, as coisas podem parar- o que não é nada bom.
Tenho orgulho de poder ter participado desse movimento e cada vez que tenho a oportunidade de visitar os grupos, me emociono e creio que as coisas irão se desenvolver cada vez mais. Atitude empreendedora é o que faz a vida mover! Movimento gera movimento! “Se seguirmos sem deixar de acreditar poderemos encontrar a felicidade em qualquer lugar!” 

Humberto Gomes 



http://www.spescoladeteatro.org.br/

6 comentários:

  1. Que presença nessa foto, não?
    Humberto, diz aí que trabalho foi esse?
    Beijos querido...

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  2. Amo vocês!
    Essa foto é da peça "Geração Trianon" Direção de Zédu Neves... faz tempoooo rsrsrs

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  3. Quanta luz!!! E que ela continue iluminando nossos caminhos. Sempre! Amo!

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  4. O tempo no teatro não existe!
    É por isso que tantos querem ficar nesse lugar...
    Escolhemos bem, não Humberto?

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