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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

SENSO TEATRAL COM GIOVANI HUGGLER

SP Escola de Teatro (link abaixo), tem uma seção chamada Papo de Teatro, que apresenta entrevistas com várias personalidades da área.
Achei interessante promover aqui no Ensaios e Cenaso mesmo formato dando destaque aos artistas da nossa região.
O convidado agora é Giovani Huggler, amigo de longa data e responsável por uma grande parte da história do teatro em Mairinque dos anos 90 pra cá. Giovani, é professor na rede estadual e dirige o THEATRON-MK, grupo de teatro que completou neste ano 13 anos de existência.
Como surgiu o seu amor pelo teatro?
Desde criança sempre tive fascinação pelo ato de representar, de ser um “outro”, recriar a realidade; seja no teatro, na televisão ou no circo. Eu e meus amigos brincávamos de encenar em cima de uma cama velha, que era o nosso palco. Minha mãe me educou para ser padre, mas aos nove anos fui num circo pela primeira vez e saí de lá convicto de que seria trapezista. ( rsrsrs )
Lembra da primeira peça a que assistiu?
A primeira “peça” que me lembro foi “Romeu e Julieta” de Gabriel Vilela com o Grupo Galpão em Sorocaba.
Um espetáculo que mudou o seu modo de ver o teatro.
O “Macbeth” gótico de José Henrique de Paula do Grupo Dramático Alternativo de Sorocaba em 1990, do qual tive a honra de participar como ator, pois ela me ensinou que podemos ousar, experimentar, enfim, que a arte é livre.
Um espetáculo que mudou a sua vida.
Depois que conheci o Cirque du Soleil passei a perceber e valorizar mais a estética num espetáculo. Alegria...
Você teve algum padrinho no teatro?
Considero meu primeiro diretor Roberto Samuel Sanches como modelo de pessoa e encenador.
Já saiu no meio de um espetáculo?
Não, nunca. Já fui ver teatro profissional que me deu vontade de sair, mas resisti. Amador então...
Cite um espetáculo do qual você gostaria de ter participado. E por quê?
Qualquer um dos Parlapatões. Gosto da linguagem.
Já assistiu mais de uma vez a um mesmo espetáculo? E por quê?
Muitos. O último foi o musical “Hairspray” do Falabela.
Qual dramaturgo brasileiro você mais admira? E
estrangeiro?
Temos bons dramaturgos como o Suassuna, o Plínio Marcos e o Nelson Rodrigues, mas não me identifico com o trabalho de nenhum deles. Gosto de Shakespeare e Molière.
Qual companhia brasileira você mais admira?
           Patifes, Paspalhos e Parlapatões.
Qual gênero teatral você mais aprecia?
Tragicomédias são as melhores.
Existe peça ruim ou o encenador é que se equivocou?
Existem os dois casos, que podem estar juntos ou separados. Quando estão juntos vira uma catástrofe.
Cite um cenário surpreendente.
Avenida Dropsie cenário de Daniela Thomas. Inesquecível.
Cite uma iluminação surpreendente.
“Dois Poemas, Um Pessoa” de Antonio Victório.
 Cite um ator/atriz que surpreendeu suas expectativas.
Pode ser dois? Alexandre Gilioli (Theatron) em Estação Mairynk em 2006 e Nogueira Junior (Theatron) em “Cala a boca, Etelvina” em 2010.
O que não é teatro?
O que não é estudado, planejado. O que não tem propósito ou não é feito para o público.
A idéia de que tudo é válido na arte cabe no teatro?
A liberdade de expressão cabe eheatronm qualquer arte. O Teatro tem sido um rico campo de experimentação, porém o bom senso deve ser o norteador para quem gosta de se aventurar. Se colocar no lugar da plateia é um bom exercício.
Na era da tecnologia, qual o futuro do teatro?
Aos poucos, a tecnologia vai tomando espaços.  Acredito que para não perder espaço vai haver um casamento da arte do teatro com a tecnologia. Já vi algumas tentativas. Algumas coisas são boas, mas outras são de mau gosto, frias. Prefiro a coisa mais crua, mais rudimentar, tem mais sabor ...
Em sua biblioteca não podem faltar quais livros/peças?
As peças que eu já montei. Sempre bate uma saudadezinha e gosto de reler e analisar as coisas que escrevi ou adaptei. Jogos Teatrais da Viola Spolin adaptados pela Ingrid Koudela.
Cite um (a) diretor, um (a) autor e um (a) ator que você mais admira.
Gosto de gente humilde, esses “pavões” que estão na mídia são um desserviço para a classe, querem ser papas, não respeitam o ator. Tem uma geração nova surgindo que está mudando esse quadro. Gosto do trabalho do Flávio Melo do Nativos Terra Rasgada.
Fale sobre o melhor e o pior espaço teatral que você conhece.
O melhor sem dúvida são os teatros Alpha e Bradesco em São Paulo o pior é a sala de espetáculos Giovani Huggler (... mas é o que tem prá hoje! ). rsrsrs
Qual encenação lhe vem à memória agora? Alguma cena específica?
Dom Casmurro em 2003. Dona Helena em cena solo como namorada de Bento, sozinha no palco numa cadeira de balanço e a voz em off rolando. ( realização para a vida toda! )
O teatro é uma ação política? Por quê?
Sim, sem dúvida. A arte tem entre suas funções, uma que é muito importante: a formação de opinião. E como muitas coisas são atemporais; vejo, reflito, concluo e ajo.
Por que você faz teatro na região?
Porque eu moro aqui em Mairinque e quero contribuir para o crescimento do Teatro em nossa cidade. Mesmo com todas as deficiências tenho o papel de formador de público e de profissionais.
Algumas palavras sobre o teatro da região.
É preciso ter a consciência que juntos seremos fortes e que só assim construiremos algo sólido para nossa cidade. Fazer a lei de incentivo FUCARTE funcionar em Mairinque será um importante avanço para a classe artística. Termos espaços apropriados para desenvolver arte e incentivar nossas crianças a “fazer arte” será um bom começo.


Giovani Huggler em cena de "Auto da Compadecida"
Foto: Mi Taraborelli






4 comentários:

  1. Gi

    É sempre bom relembrar essa história toda.
    Fico extremamente orgulhosa e feliz por ter contribuído um pouco com tudo isso.
    Sucesso sempre!!

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  2. È muito bom ver que existe pessoas que se importam com o futuro de outros, é por isso que te admiro muito por isso!!
    Muito sucesso pra ti Profº Giovani.

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  3. Não tem como não se orgulhar da pessoa, ator e diretor fantástico que vc é, Giovani!

    Sucesso, sempre!

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  4. Ola Giovani, tudo bem com você?
    É muito bom estar neste espaço, mais uma de suas importantes ações de teatro/educação.
    Creia que sempre o admirei muito, desde o primeiro momento em que entrou no Grupo de Teatro Katharsis, da Uniso. Mostrou-se um grande ser humano, com foco no que queria, envolvido, sério, competente, companheiro, apaixonado pelo teatro, pela educação, pelas pessoas e pela vida.
    Torço sempre por você. Continue sendo como já é. Com certeza será muito feliz. Forte abraço, meu caro. Vá em frente! Muita Energia para você.

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