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segunda-feira, 14 de março de 2011

THEATRON JOVEM

“A função da Arte não é o de passar por portas abertas, mas o de abrir portas fechadas.” (Ernst Fisher)

Concluo neste semestre uma especialização em Arte e Educação e nos fóruns com professores de Artes de várias regiões do estado, já ouvi casos absurdos do tipo: diretora que não permite o uso do anfiteatro da escola para não sujar ou por causa da “bagunça” dos estudantes.
Acompanhando o trabalho do professor Giovani Huggler, há mais de 10 anos com teatro na escola, devo considerar que a frase de Fisher, lhe cai muito bem: Giovani nunca fecha portas, sempre as abre.
Ajudar os jovens a fazer escolhas produtivas em suas vidas, tem sido praticamente uma missão do professor.
“O amor de mau humor”, produção do grupo Theatron Jovem formado por alunos da escola Lelis Ito, coordenado por Huggler, encerrou suas apresentações na noite de ontem e assisti-los me estimula a escrever sobre a importância do teatro estudantil.
Tomando de empréstimo a reflexão do professor da Universidade de Sorocaba, Joaquim Gama, a possibilidade de lançar um olhar inovador e mais investigativo sobre a cena são oportunidades que o teatro estudantil oferece, por não sofrer a pressão dos modelos profissionais.
O elenco com capacidade de comunicação com a platéia e a condução acertada do professor em respeitar as características principais do grupo, garantem o elogio ao trabalho do Theatron.
Vale ressaltar, porém, usando do aprendizado em Arte-Educação, que por estar inserido em ambiente educacional, quem conduz o grupo deve levar sempre em conta a dimensão pedagógica do trabalho no que tange a escolha ou criação de um repertório adequado para suas montagens e nesse quesito, me preocupa  ver um trabalho que reproduz “chavões” sobre o tema abordado: a guerra dos sexos. 
O teatro na escola não tem, como erroneamente se pensa, de desenvolver apenas conteúdos de disciplinas do currículo, mas se o desejo é o incentivo a criação, não seria mais interessante pensar criticamente nos conteúdos explorados pela televisão e internet quanto ao tema?  
Se a arte e a educação não mudam a sociedade, como diz Marcuse, devem mudar, pelo menos, as pessoas que são fundantes dessa transformação. Esse, meu desejo aos jovens do Theatron.
E, se o processo de montagem de uma encenação torna-se o campo experimental para a aprendizagem teatral, Giovani utiliza com propriedade desse instrumento.
Meu olhar aqui, foi apenas quanto ao pedagógico, com intuito de contribuir com esse trabalho incansável que o professor realiza há tanto tempo.   
THEATRON

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