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sábado, 26 de março de 2011

PRIMEIRA NOITE FESPIMA 2011


Abrem-se as cortinas e vemos Giovani Huggler (com a potencialidade ator que eu sempre disse pertencer a ele...) e nos emociona com seu corpo carregado da memória teatral mairinquense. Beija o palco e seus gestos conduzem nosso olhar para um pequeno retrato colocado numa das paredes do teatro, cuja luz não acendeu, para que pudessemos apreciar a face risonha de um homem chamado Alfredo Ercolano Giuseppe Bertolini, presente nessa noite na abertura do Fespima 2011, através do corpo de Giovani.  Tio Beppe foi o precursor da arte teatral na cidade lá pelos idos do começo do século 20, cuja biografia sou a feliz detentora, por tê-la realizado na conclusão da minha licenciatura em História.
Na sequencia assistimos “La Vie” de Outroluiz, outro orgulho mairinquense, por estar devolvendo ao palco da cidade, algo que lhe foi dado através dessa história iniciada por Tio Beppe.
A seguir a voz de Elis Regina e um corpo lindo dança, tão lindo quanto a voz da outra...Esse corpo é de Eduardo Barros que movimenta-se diante de um porta-retrato, cujas linhas retangulares “frias” ganham contornos “quentes” por contracenar com as linhas do corpo de Dú.
Rodolpho Heinz entra em seguida com seu destemor característico. Fui a responsável por dar-lhe uma incumbência nada fácil: tratar da solidão pelas palavras de Leo Ferré/Roberto Freire (duas figuras nada simples de se compreender). Freire, um grande anarquista, dizia já ter vivido todas as formas possíveis da solidão, da mais criativa e alegre à mais miserável e trágica e que nada poderia ser mais solitário que um homem morto e é nessa solidão que Roberto Freire está.
Alguém já disse que a arte possibilita o desenvolvimento e a educação dos sentimentos e desenvolve e educa os pensamentos, assim penso que continuando na trilha do teatro, Amilton Carvalho, nos brindará no futuro com belas interpretações.
Ontem, não pude, por estar operando o som, desfrutar da fábula de José Saramago pela voz e corpo de Joaquim Marquês. Mas, no nosso último ensaio, tive o privilégio dessa emoção.
Nossos corações enlutados pela perda de dois lusitanos: meu escritor preferido e o pai de Juh, se uniram para brindar com uma platéia emocionada e comprovar as palavras de Dario Fô: “um homem só morre quando é esquecido pela comunidade”.
Tivemos ainda, os devaneios de Taís Dantas e pra fechar o ciclo, outra cria da casa, Tom Ravazolli, devolvendo ao palco da cidade, algo que lhe foi dado através de uma história que Tio Beppe começou a contar.
E que nós continuaremos contando...
Meus agradecimentos para:
Giovani, pela noite..
Dani Oncala, pela mediação
Gayby Pinho, nossa linda maquiadora e contra-regra  
Biah Marques pelo registro fotográfico 
CiadeEros, pela presença e...
Marco Lessa pela montagem do castelo e pela emoção do Café...

  

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