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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

PUERIL

“Na verdade, simplesmente os alerto e estimulo a descobrirem coisas que lhe permitem fazer um teatro com sensibilidade, porque o teatro que está sendo feito por aí é um teatro sem sensibilidade, feito na base do muque, da projeção do ego, que é o peito, é a garganta...”
Antunes Filho 
Foto: Mirna Módolo

De Stanislaviski à Antunes Filho, passando por centenas de outros teóricos do teatro, a busca pela verdade do ator em cena é uma constante.
Creio que essa busca também seja constante para atores do tipo Daiana Coelho e Douglas Emílio que eu conheço um pouco mais na cena e na vida, estendível a Fabiana Souza e Robson Roso, que começo a conhecer um pouco mais da vida e da cena. 
Em tempos em que até o sentido de verdade tem sido relativizado,  tenho a opção de entender verdade como aquilo que me afeta como diretora e público de teatro.  
Minhas desculpas antecipadas, por escrever agora sobre coisas que vão ser compreendidas apenas por quem assistiu ou assistirá Pueril...
Vou me ater apenas a dois instantes do espetáculo protagonizados por Douglas Emílio: a cabeça do tatu e a espera. 
Não estou falando sobre a cena em si, mas de momentos fugidios de algo que me atravessou (pedindo emprestado de um termo usado pelo Rodrigo Scarpeli).  
Impermanência...o corpo construído/desconstruído, o gesto feito/desfeito, a pulsação, o lampejo de um sentimento, sei lá...Enfim, impermanência é a palavra que traduz pra mim esses instantes em que o ator consegue afetar o coração do espectador. Mas se não permanece, por que afeta? 
Talvez por que essa tal verdade que se busca tanto nessa arte  seja mesmo rara, usando de uma imagem, talvez, essa verdade seja uma flecha e o ator tenha que ser um exímio atirador para acertar sempre o alvo. 
Bem, Pueril pra mim gira em torno da impermanência da vida e da própria arte teatral. E o que mais me saltou os olhos, de forma geral, é que ali existem atores e atrizes que fazem teatro com sensibilidade.
Com vários objetos e sons simples, criam imagens maravilhosas e acompanha-se a obra com interesse.
Por isto e por aquilo, muito obrigada ao Coletivo Nonada.
Foto Mirna Módolo


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